Índice
- O Curso R
-
- Tutoriais
-
- Apostila
-
- 6. Testes de Hipótese (em preparação!)
- Exercícios
-
- Material de Apoio
-
- Área dos Alunos
-
- Cursos Anteriores
-
IBUSP
Outras Insitutições
Linques
Visitantes
Outras Insitutições
Pink & Cerebro
Pinky and the Brain, no Brasil, Pinky e o Cérebro, são personagens de uma série animada de televisão norte-americana. São dois ratos brancos de laboratório que utilizam os Laboratórios Acme como base para seus planos mirabolantes para dominar o mundo (sob razão nunca revelada). Pink é um rato totalmente estúpido e ingênuo enquanto o Cérebro é o gênio perverso que comanda os planos de conquista do mundo.
Cada episódio é caracterizado, tanto no início quanto no final, pela famosa tirada onde Pinky pergunta: “Cérebro, o que faremos amanhã à noite?” e Cérebro responde: “A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky… Tentar conquistar o mundo!”
O paralelo entre os personagens e os usuários do R , é que estamos em uma constante transformação entre PINK e Cérebro, tentando vencer nossa ignorância. A resposta do nosso Cérebro à pergunta do Pink que habita dentro de nós é: A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pink… terminar essa função para conquistar o mundo!
O PINK que habita dentro de nós
Um objeto de função é uma classe especial de objetos no R que encapsulam algum tarefa. A função function()
recebe algumas informações através dos seus argumentos e usa essas informações internamente para a realização do procedimento desejado. O procedimento ou tarefa realizada por uma função é conduzido por um algoritmo, que nada mais é que um sequência de comandos concatenados. Quando o objeto de função é chamado, ele retorna o que os outros objetos retornam no console do R, o que foi atribuído a ele, ou seja essas linhas de comando no formato de texto. Entretanto, quando o objeto da classe function
é chamada com os parênteses ( )
ele realiza a tarefa conduzido pelo conjunto concatenados de comandos que foram atribuídos a ele. Ao final, normalmente, a função retorna um único objeto que contém o resultado do procedimento. Para o retorno deste objeto, normalmente usamos uma outra função chamada return()
.
Vamos construir algumas funções simples. A primeira é uma função que calcula a média de um conjunto de valores.
A primeira etapa é definir qual o tipo de objetos que a função irá manipular e designar um nome a esse objeto como um argumento. No caso da média podemos definir esse objeto como um vetor numérico x
. Em seguida precisamos definir o algoritmo que será executado. Uma forma de fazer isso é através de um pseudocódigo que é a descrição literal do algoritmo.
No nosso caso:
Pseudocodigo media
x
soma
x
em nobs
soma
por nobs
e guarda no objeto media
media
Depois de definir o que a função conterá, precisamos abrir um bloco de código para conter as linhas de comando que definem o algoritmo com as chaves { }
. Em seguida colocamos as linhas de comando descritas no pseudocodigo e rodamos todo o bloco de código desde a atribuição da função a um nome para construir um objeto da classe function
na nossa área de trabalho. Rode o código abaixo e cheque se houve a construção do objeto media
e qual a classe desse objeto:
media <-function(x) { soma <- sum(x) nobs <- length(x) media <- soma/nobs return(media) }
Note que a função nada mais é do que um conjunto de linhas de comando concatenadas para executar uma tarefa. A princípio quem usa as funções básicas do R já está qualificado a fazer funções mais complexas a partir delas.
Para testar a função que acabamos de fazer, utilizamos ela da mesma maneira que as outras funções que usamos até agora. Com a diferença que esta não tem a documentação que as funções de pacotes precisam ter para poderem ser disponibilizadas no repositório do R. Rode os códigos abaixo para ver a sua função em atividade:
ls() class(media) media media() help(media) dados <- rnorm(20, 2, 1) media(dados) dados1 <- rnorm(200, 2, 1) media(dados1) dados2 <- (rnorm(10000, 2, 1)) media(dados2) sd(dados) dados3 <- rnorm(20, 2, 0.01) media(dados3) dados4 <- rnorm(200,2,0.01) media(dados4) dados[2] <- NA dados media(dados)
A função padrão do R (mean()
) não calcula a média quando há NA
no vetor de dados, a menos que o usuário utilize o argumento na.rm = TRUE
.
Vamos construir uma função que diferente da função padrão, calcule a média na presença de NA
e imprima na tela uma mensagem sobre o número de NA
removidos do cálculo.
Note que é uma função com dois argumentos, que permite ao usuário tomar a decisão de remover ou não NA
. Diferente da função mean()
o padrão é invertido, nossa função remove NA
se nenhum argumento for mencionado. Note que vamos sobrepor o objeto anterior da classe function
, chamado media.
media <- function(x, rmNA = TRUE) { if(rmNA == TRUE) { dados <- (na.omit(x)) n.NA <- length(x) - length(dados) cat("\t", n.NA," valores NA excluídos\n") } else { dados <- x } soma <- sum(dados) nobs <- length(dados) media <- soma/nobs return(media) }
Calcular a média do vetor dados
media(dados)
var.curso <- function(x) { media <-media(x) dados <- na.omit(x) disvquad <- (dados - media)^2 var.curso <- sum(disvquad)/(length(dados)-1) return(var.curso) }
Calcular a variância de dados e comparando com a função do R!
var.curso(dados) var(dados) ### dica: veja o help dessa função "help(var)" var(dados, na.rm = TRUE) var(dados,na.rm = FALSE)
Os índices de dispersão nos ajudam a avaliar se contagens por amostras estão distribuídas de modo aleatório, agregado ou uniforme. Veja o material de aula para entender como a relação variância por média pode dar uma idéia do tipo de distribuição espacial, quando temos contagens de indivíduos em várias parcelas de igual tamanho.
ID.curso <- function(x) { id <- var.curso(x)/media(x) return(id) }
Tomando dados simulados de contagem de uma espécie em uma amostra de 20 parcelas de 20x20m, podemos verificar o padrão de dispersão dessa espécie, utilizando o Índice de Dispersão (razão variância / média)
Vamos simular dados com diferentes características conhecidas:
aleat <- rpois(200, 2) aleat
unif <- runif(200, 0, 4) unif unif <- round(unif, 0) unif
agreg <- round(c(runif(100, 0, 1), runif(100, 5, 10))) agreg
Calcular o coeficiente de dispersão
ID.curso(aleat) ID.curso(unif) ID.curso(agreg)
Quando o valor é próximo a 1 a distribuição é considerada aleatória. Isto quer dizer que que a ocorrência de cada indivíduo na parcela é indendente da ocorrência das demais. Neste caso, o número de indivíduos por parcela é descrito por uma variável Poisson, que tem exatamente a média igual à variância. Podemos então fazer um teste de hipótese simulando uma distribuição Poisson com a mesma média dos dados.
test.ID <- function(x, nsim=1000) { ID.curso <- function(x){var(x)/mean(x)}# essa função precisa das funcoes media e ID.curso dados <- na.omit(x) ndados <- length(dados) med <- mean(dados) id <- var(dados)/med simula.aleat <- rpois(length(dados)*nsim, lambda=med) sim.dados <- matrix(simula.aleat,ncol= ndados) sim.ID <- apply(sim.dados,1,ID.curso) quant.ID <- quantile(sim.ID, probs=c(0.025,0.975)) if(id >= quant.ID[1] & id <= quant.ID[2]) { cat("\n\n\n\t distribuição aleatória para alfa = 0.05 \n\t ID= ",id,"\n\n\n") } if(id < quant.ID[1]) { cat("\n\n\n\t distribuição uniforme, p<0.025 \n\t ID= ",id,"\n\n\n") } if(id>quant.ID[2]) { cat("\n\n\n\t distribuição agregado, p>0.975 \n\t ID= ",id,"\n\n\n") } resulta=c(id,quant.ID) names(resulta)<-c("Indice de Dispersão", "critico 0.025", "critico 0.975") return(resulta) }
Testanto os dados simulados
test.ID(aleat) test.ID(agreg) test.ID(unif)
eda.shape
eda.shape <- function(x) { x11() par(mfrow = c(2,2)) ## muda o dispositivo gráfico para 2x2 hist(x) ## produz histograma de x boxplot(x) iqd <- summary(x)[5] - summary(x)[2] ## faz a diferença entre o quinto elemento x e o segundo plot(density(x,width=2*iqd),xlab="x",ylab="",type="l") qqnorm(x) qqline(x) par(mfrow=c(1,1)) }
Criando um vetor de dados com 20 valores simulando a densidade de árvores por parcelas
set.seed(22) ## estabelece uma semente aleatória dados.pois20<-rpois(20,lambda=6) ## sorteia dados aleatórios de uma função poisson com média 6 sum(dados.pois20) ## a somatória aqui sempre dará 131, somente porque a semente é a mesma set.seed(22) dados.norm20<-rnorm(20,mean=6, sd=2) ## sorteia 20 dados de uma função normal com média 6 e dp = 2 sum (dados.norm20) ### aqui o resultado dará sempre 130.48 ###aplicar eda.shape para dados.dens eda.shape(dados.pois20) eda.shape(dados.norm20) ###aumentando a amostra eda.shape(rpois(500,6)) eda.shape(rnorm(500,6))
eda.shape1 <- function(x) { x11() par(mfrow = c(2,2)) hist(x,main="Histograma de x") boxplot(x, main="BoxPlot de x") iqd <- summary(x)[5] - summary(x)[2] plot(density(x,width=2*iqd),xlab="x",ylab="",type="l", main="Distribuição de densidade de x") qqnorm(x,col="red",main="Gráfico Quantil x Quantil",xlab="Quantil Teórico",ylab="Quantil da Amostra") qqline(x) par(mfrow=c(1,1)) }
eda.shape1(rnorm(500,6))
Um outro instrumento importante para programar em R é o loop ou ciclos. Ele permite a aplicação de uma função ou tarefa a uma sequência pré determinada de dados. Ou seja, repete a mesma sequência de comandos um número determinado de vezes.
Simulando dados de novo!
x1 <- rpois(20, 1) x2 <- rpois(20, 2) x3 <- rpois(20, 3) x4 <- rpois(20, 1) sp.oc <- matrix(c(x1, x2, x3, x4), ncol=4) colnames(sp.oc) <- c("plot A", "plot B", "plot C", "plot D") rownames(sp.oc) <- paste("sp", c(1:20)) str(sp.oc) dim(sp.oc) head(sp.oc)
Uma função para contar espécies por parcelas. Mais uma vez uma função já existente em versão piorada!!
n.spp <-function(dados) { nplot <- dim(dados)[2] resultados <- rep(0,nplot) names(resultados) <- paste("n.spp", c(1:nplot)) dados[dados>0] = 1 for(i in 1:(dim(dados)[2])) { cont.sp <- sum(dados[,i]) resultados[i] <- cont.sp } return(resultados) } ##### Aplicando a função n.spp(sp.oc)
Uma dica para entender qualquer função é rodar cada uma das linhas separadamente no console do R, na mesma sequência que aparecem e verificar os objetos intermediários criados. Quando chegar a um ciclo, pule a linha do for() e rode as linhas subsequentes, porém designe antes algum valor para o contador, no nosso exemplo i (tente i=2). A lógica da função for() é que o contador (i) terá um valor diferente a cada ciclo, no exemplo entre 1 até o número de colunas do objeto dados. Além disso, o contador pode ser usado para indexar a posição onde o resultado de cada ciclo será colocado no objeto final (resultados)
sim<-function(dados) { nplot <- dim(dados)[2] similar <- matrix(1,ncol=nplot,nrow=nplot) rownames(similar) <- paste("plot", c(1:nplot)) colnames(similar) <- paste("plot", c(1:nplot)) dados[dados>0] = 1 for(i in 1:nplot-1) { m=i+1 for(m in m:nplot) { co.oc <- sum(dados[,i]>0 & dados[,m]>0) total.sp <- sum(dados[,i]) + sum(dados[,m]) - co.oc similar[i,m] <- co.oc/total.sp similar[m,i] <- co.oc/total.sp } } return(similar) }
sim(sp.oc) debug(sim) sim(sp.oc) undebug(sim)
MUITO BEM VC. JÁ ESTÁ SE TRANSFORMANDO, NÃO PARECE MAIS UM PINK
Agora faça os Exercícios 9 - Construção de Funções para podermos conquistar o MUNDO!!!