Índice
- O Curso R
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- Tutoriais
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- Apostila
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- 6. Testes de Hipótese (em preparação!)
- Exercícios
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- Material de Apoio
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- Área dos Alunos
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Durante o curso usaremos o procedimento de simplificar o modelo a partir do modelo cheio. O procedimento consiste em comparar modelos aninhados, dois a dois, retendo o que está mais acoplado aos dados. Caso os modelos não seja diferentes no seu poder explicativo, retemos o modelo mais simples, apoiados no princípio da parcimônia.
A diferença não é significativa:
A difereça é significativa:
A interação é um elemento muito importante quando temos mais de uma preditora, pois desconsiderá-la pode limitar o entendimento dos processos envolvidos. Um exemplo cotidiano da interação é visto no uso de medicamentos e o alerta da bula sobre interação medicamentosa ou efeitos colaterais para pessoas portadoras de doenças crônicas. Dizemos que um medicamento tem interação com outra substância quando o seu efeito é modificado pela presença de outra substância, como por exemplo a ingestão de álcool junto com muitos medicamentos. Nos modelos, a interação tem uma interpretação similar, a resposta pelo efeito de uma variável preditora se altera com a presença de outra preditora.
Vimos que existe um efeito do tipo de solo na produção de um cultivar no exemplo de ANOVA. Uma expectativa plausível é que a adição de adubo também tenha efeito na produtividade e modifique o efeito do solo. Esse é nosso próximo exemplo. Para ele vamos usar uma simulação de dados similar ao que fizemos no modelo linear simples.
Nos dados originais do exercício de ANOVA a produtividade média nos solos foi de:
Vamos, a partir dessa informação, criar um experimento onde, além da diferença do solo, metade dos cultivos foram tratados com adubo orgânico.
</WRAP>
solo <- rep(c("are", "arg", "hum"), each=10) adubo <- rep(rep(c(FALSE, TRUE), each=5), 3) meansolo <- rep(c(9.9, 11.5, 14.3), each=10) efeitoadubo <- rep(c(0, 2.7, 0, 0.7, 0, 0.2), each=5) residuo <- rnorm(30, 0, 1) dadosolo <- data.frame(solo, adubo, prod = meansolo + efeitoadubo + residuo) str(dadosolo)
Confira se o objeto dadosolo
foi organizado corretamente
Agora um gráfico simples. Busque entender todos os argumentos das funções abaixo.
par( mar=c(4,4,2,2), cex.lab=1.5, cex.axis=1.2, las=1, bty="n") boxplot(prod ~ adubo + solo, data = dadosolo, ann= FALSE, xaxt= "n", outline= FALSE, col = rep(c(rgb(0,0,0, 0.1),rgb(0,0,0, 0.5)), 3) ) mtext(c("arenoso", "argiloso", "húmico"), side = 1, at= c(1.5, 3.5, 5.5), line = 1, cex = 2) legend("bottomright", legend= c("sem", "com"),title = "Adubo", bty= "n", pch = 15, cex = 1.5,col = c(rgb(0,0,0, 0.1),rgb(0,0,0, 0.5)))
Abaixo construímos o modelo cheio com as variáveis adubo e tipo de solo.
soloFull <- lm(prod ~ adubo + solo + solo:adubo, data = dadosolo) summary(soloFull)
A primeira simplificação possível é retirar o efeito da interação entre as preditoras e comparar com o modelo cheio.
solo01 <- lm(prod ~ adubo + solo , data = dadosolo) anova(solo01, soloFull)
O resultado nos indica que o modelo cheio é o modelo mínimo adequado. Ou seja, explica uma porção considerável da variação dos dados a mais que o modelo mais simples, sem a interação entre tipo de solo e adubo. Para completar, vamos fazer a comparação com o modelo nulo. Essa comparação pode ser feito de duas maneiras: (1) construindo o modelo nulo e comparando por anova, ou (2) interpretando a tabela de anova do modelo mínimo adequado.
solo00 <- lm(prod ~ 1 , data = dadosolo) anova(solo00, soloFull) anova(soloFull)
O passo final é investigar se o modelo cumpre com as premissas do modelo linear.
par(mfrow = c(2,2), mar=c(4,4,2,2), cex.lab=1.2, cex.axis=1.2, las=1, bty="n") plot(soloFull)
Não poderia ser mais comportado. Isso significa que criamos os dados corretamente!! Agora é a parte mais difícil e interessante de qualquer análise de dados, a interpretação biológica suscita do resultado!
Interpretando Variáveis Indicadoras (Dummy)
As variáveis indicadoras devem ser interpretadas com cuidado. No exemplo acima, o modelo pode ser descrito da seguinte forma:
$$ y_{tr} = \alpha + \beta_1 * arg + \beta_2 * hum + \beta_3 * adubo + \beta_4 * arg * adubo + \beta_5 * hum * adubo $$
As variáveis arg, hum e adubo são dummy ou indicadoras, representadas por 1 quando presente e 0 quando ausentes. $\alpha, \beta_i$ representam as estimativas do modelo e estão relacionados, nesse caso, ao efeito de cada tratamento.
Para calcular o valor predito para o tratamento no solo arenoso com adubo, temos:
$$ y_{arenAdubo} = \alpha + \beta_3 * adubo $$
Isso em decorrência do tratamento arenoso sem adubo estar representado pelo intercepto ($\alpha$) do modelo.
Para o tratamento de solo argiloso com adubo o predito é:
$$ y_{argAdubo} = \alpha + \beta_1 * arg + \beta_3 * adubo + \beta_4 * arg * adubo $$
E assim por diante, usando as variáveis indicadoras e os coeficientes estimados para o cálculo do predito pelo modelo.
Vamos analisar o dado de peso dos bebês ao nascer e como isso se relaciona às características da mãe. Esses dados pode ser consultados em https://www.stat.berkeley.edu/users/statlabs/labs.html.
Para simplificar nosso exercício vamos usar apenas as preditoras: tempo de gestação, idade da mãe e se ela é fumante ou não.
bebes <- read.table("babies.csv", header= TRUE, as.is = TRUE, sep= "\t") str(bebes) mlfull <- lm(bwt ~ gestation + age + smoke + gestation:age + gestation:smoke + age: smoke + gestation:age:smoke, data = bebes) summary(mlfull)
Vamos simplificar o modelo, retirando a interação gestation:age:smoke
que aparenta não ser importante.
ml01 <- lm(bwt ~ gestation + age + smoke + gestation:age + gestation:smoke + age: smoke, data = bebes) anova(ml01, mlfull) summary(ml01)
Continuamos a simplificação, retirando as interações duplas uma a uma para avaliar quais delas devem ser mantidas. Os testes parciais das variáveis no summary
nos dá uma indicação de quais devem ser mantidas, mas uma boa prática é fazer o processo completo, já que um elemento no modelo pode mudar o efetividade de outro, principalmente quando compartilham alguma porção de variação explicada.
## sem age:smoke ml02 <- lm(bwt ~ gestation + age + smoke + gestation:age + gestation:smoke, data = bebes) anova(ml01, ml02) ## sem gestation:smoke ml03 <- lm(bwt ~ gestation + age + smoke + gestation:age + age:smoke, data = bebes) anova(ml01, ml03) ## sem gestation:age ml04 <- lm(bwt ~ gestation + age + smoke + gestation:smoke + age: smoke, data = bebes) anova(ml01, ml04)
A única interação dupla que não parece fazer diferença quando retiramos do modelo é a age:smoke
, as outras explicam uma porção razoável da variação dos dados.
O summary
nos fornece as principais informações sobre o modelo mínimo adequado.
summary(ml02) confint(ml02) anova(ml02)