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====== 9. Criando Funções Básicas ======
===== Nossos Personagens =====
**__Pink & Cerebro__**
{{youtube>HRQtNBs8BF8}}
//Pinky and the Brain//, no Brasil, **Pinky e o Cérebro**, são personagens de uma série animada de televisão norte-americana. São dois ratos brancos de laboratório que utilizam os Laboratórios Acme como base para seus planos mirabolantes para dominar o mundo (sob razão nunca revelada). Pink é um rato totalmente estúpido e ingênuo enquanto o Cérebro é o gênio perverso que comanda os planos de conquista do mundo.
Cada episódio é caracterizado, tanto no início quanto no final, pela famosa tirada onde Pinky pergunta: "//Cérebro, o que faremos amanhã à noite?//" e Cérebro responde: "//A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky... Tentar conquistar o mundo!//"
O paralelo entre os personagens e os usuários do **R** , é que estamos em uma constante transformação entre PINK e Cérebro, tentando vencer nossa ignorância. A resposta do nosso //Cérebro// à pergunta do //Pink// que habita dentro de nós é:
**// A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pink... terminar essa função para conquistar o mundo!//**
O //PINK// que habita dentro de nós
{{ :02_tutoriais:pink.jpg?200 | }}
===== Classe Function =====
Um objeto de função é uma classe especial de objetos no R que encapsulam algum tarefa. A função ''function()'' recebe algumas informações através dos seus argumentos e usa essas informações internamente para a realização do procedimento desejado. O procedimento ou tarefa realizada por uma função é conduzido por um algoritmo, que nada mais é que um sequência de comandos concatenados. Quando o objeto de função é chamado, ele retorna o que os outros objetos retornam no console do R, o que foi atribuído a ele, ou seja essas linhas de comando no formato de texto. Entretanto, quando o objeto da classe ''function'' é chamada com os parênteses ''( )'' ele realiza a tarefa conduzido pelo conjunto concatenados de comandos que foram atribuídos a ele. Ao final, normalmente, a função retorna um **único** objeto que contém o resultado do procedimento. Para o retorno deste objeto, normalmente usamos uma outra função chamada ''return()''.
===== FAZENDO VERSÕES PIORADAS DE FUNÇÕES EXISTENTES!!!! =====
Vamos construir algumas funções simples. A primeira é uma função que calcula a média de um conjunto de valores.
A primeira etapa é definir qual o tipo de objetos que a função irá manipular e designar um nome a esse objeto como um argumento. No caso da média podemos definir esse objeto como um vetor numérico ''x''. Em seguida precisamos definir o algoritmo que será executado. Uma forma de fazer isso é através de um pseudocódigo que é a descrição literal do algoritmo.
No nosso caso:
**Pseudocodigo ''media'' **
- recebe um vetor ''x''
- soma os valores do vetor no objeto ''soma''
- guarda o tamanho do vetor ''x'' em ''nobs''
- divide ''soma'' por ''nobs'' e guarda no objeto ''media''
- retorna o objeto ''media''
Depois de definir o que a função conterá, precisamos abrir um bloco de código para conter as linhas de comando que definem o algoritmo com as chaves ''{ }''. Em seguida colocamos as linhas de comando descritas no pseudocodigo e rodamos todo o bloco de código desde a atribuição da função a um nome para construir um objeto da classe ''function'' na nossa área de trabalho. Rode o código abaixo e cheque se houve a construção do objeto ''media'' e qual a classe desse objeto:
media <-function(x)
{
soma <- sum(x)
nobs <- length(x)
media <- soma/nobs
return(media)
}
Note que a função nada mais é do que um conjunto de linhas de comando concatenadas para executar uma tarefa. A princípio quem usa as funções básicas do R já está qualificado a fazer funções mais complexas a partir delas.
===== Testando a função =====
Para testar a função que acabamos de fazer, utilizamos ela da mesma maneira que as outras funções que usamos até agora. Com a diferença que esta não tem a documentação que as funções de pacotes precisam ter para poderem ser disponibilizadas no repositório do R. Rode os códigos abaixo para ver a sua função em atividade:
ls()
class(media)
media
media()
help(media)
dados <- rnorm(20, 2, 1)
media(dados)
dados1 <- rnorm(200, 2, 1)
media(dados1)
dados2 <- (rnorm(10000, 2, 1))
media(dados2)
sd(dados)
dados3 <- rnorm(20, 2, 0.01)
media(dados3)
dados4 <- rnorm(200,2,0.01)
media(dados4)
dados[2] <- NA
dados
media(dados)
===== Uma função mais elaborada =====
A função padrão do R (''mean()'') não calcula a média quando há ''NA'' no vetor de dados, a menos que o usuário utilize o argumento ''na.rm = TRUE''.
Vamos construir uma função que diferente da função padrão, calcule a média na presença de ''NA'' e imprima na tela uma mensagem sobre o número de ''NA'' removidos do cálculo.
Note que é uma função com dois argumentos, que permite ao usuário tomar a decisão de remover ou não ''NA''. Diferente da função ''mean()'' o padrão é invertido, nossa função remove ''NA'' se nenhum argumento for mencionado. Note que vamos sobrepor o objeto anterior da classe ''function'', chamado **media**.
media <- function(x, rmNA = TRUE)
{
if(rmNA == TRUE)
{
dados <- (na.omit(x))
n.NA <- length(x) - length(dados)
cat("\t", n.NA," valores NA excluídos\n")
}
else
{
dados <- x
}
soma <- sum(dados)
nobs <- length(dados)
media <- soma/nobs
return(media)
}
**Calcular a média do vetor dados**
media(dados)
===== Função para calcular variância =====
var.curso <- function(x)
{
media <-media(x)
dados <- na.omit(x)
disvquad <- (dados - media)^2
var.curso <- sum(disvquad)/(length(dados)-1)
return(var.curso)
}
Calcular a variância de dados e comparando com a função do R!
var.curso(dados)
var(dados) ### dica: veja o help dessa função "help(var)"
var(dados, na.rm = TRUE)
var(dados,na.rm = FALSE)
===== Função para calcular o Índice de Dispersão =====
Os índices de dispersão nos ajudam a avaliar se contagens por amostras estão distribuídas de modo aleatório, agregado ou uniforme.
Veja o material de aula para entender como a relação variância por média pode dar uma idéia do tipo de distribuição espacial, quando temos contagens de indivíduos em várias parcelas de igual tamanho.
ID.curso <- function(x)
{
id <- var.curso(x)/media(x)
return(id)
}
===== Simulando dados com parâmetros conhecidos =====
Tomando dados simulados de contagem de uma espécie em uma amostra de 20 parcelas de 20x20m,
podemos verificar o padrão de dispersão dessa espécie, utilizando o Índice de Dispersão (razão variância / média)
Vamos simular dados com diferentes características conhecidas:
* Simulando Aleatório
aleat <- rpois(200, 2)
aleat
* Uniforme
unif <- runif(200, 0, 4)
unif
unif <- round(unif, 0)
unif
* Agregado
agreg <- round(c(runif(100, 0, 1), runif(100, 5, 10)))
agreg
Calcular o coeficiente de dispersão
ID.curso(aleat)
ID.curso(unif)
ID.curso(agreg)
Quando o valor é próximo a 1 a distribuição é considerada aleatória. Isto quer dizer que que a ocorrência de cada indivíduo na parcela é indendente da ocorrência das demais. Neste caso, o número de indivíduos por parcela é descrito por uma variável Poisson, que tem exatamente a média igual à variância.
Podemos então fazer um teste de hipótese simulando uma distribuição Poisson com a mesma média dos dados.
===== Função para criar o teste de hipótese do ID =====
test.ID <- function(x, nsim=1000)
{
ID.curso <- function(x){var(x)/mean(x)}# essa função precisa das funcoes media e ID.curso
dados <- na.omit(x)
ndados <- length(dados)
med <- mean(dados)
id <- var(dados)/med
simula.aleat <- rpois(length(dados)*nsim, lambda=med)
sim.dados <- matrix(simula.aleat,ncol= ndados)
sim.ID <- apply(sim.dados,1,ID.curso)
quant.ID <- quantile(sim.ID, probs=c(0.025,0.975))
if(id >= quant.ID[1] & id <= quant.ID[2])
{
cat("\n\n\n\t distribuição aleatória para alfa = 0.05 \n\t ID= ",id,"\n\n\n")
}
if(id < quant.ID[1])
{
cat("\n\n\n\t distribuição uniforme, p<0.025 \n\t ID= ",id,"\n\n\n")
}
if(id>quant.ID[2])
{
cat("\n\n\n\t distribuição agregado, p>0.975 \n\t ID= ",id,"\n\n\n")
}
resulta=c(id,quant.ID)
names(resulta)<-c("Indice de Dispersão", "critico 0.025", "critico 0.975")
return(resulta)
}
Testanto os dados simulados
test.ID(aleat)
test.ID(agreg)
test.ID(unif)
===== Outra função =====
eda.shape
eda.shape <- function(x)
{
x11()
par(mfrow = c(2,2)) ## muda o dispositivo gráfico para 2x2
hist(x) ## produz histograma de x
boxplot(x)
iqd <- summary(x)[5] - summary(x)[2] ## faz a diferença entre o quinto elemento x e o segundo
plot(density(x,width=2*iqd),xlab="x",ylab="",type="l")
qqnorm(x)
qqline(x)
par(mfrow=c(1,1))
}
Criando um vetor de dados com 20 valores simulando a densidade de árvores por parcelas
set.seed(22) ## estabelece uma semente aleatória
dados.pois20<-rpois(20,lambda=6) ## sorteia dados aleatórios de uma função poisson com média 6
sum(dados.pois20) ## a somatória aqui sempre dará 131, somente porque a semente é a mesma
set.seed(22)
dados.norm20<-rnorm(20,mean=6, sd=2) ## sorteia 20 dados de uma função normal com média 6 e dp = 2
sum (dados.norm20) ### aqui o resultado dará sempre 130.48
###aplicar eda.shape para dados.dens
eda.shape(dados.pois20)
eda.shape(dados.norm20)
###aumentando a amostra
eda.shape(rpois(500,6))
eda.shape(rnorm(500,6))
===== Modificando uma função =====
eda.shape1 <- function(x)
{
x11()
par(mfrow = c(2,2))
hist(x,main="Histograma de x")
boxplot(x, main="BoxPlot de x")
iqd <- summary(x)[5] - summary(x)[2]
plot(density(x,width=2*iqd),xlab="x",ylab="",type="l", main="Distribuição de densidade de x")
qqnorm(x,col="red",main="Gráfico Quantil x Quantil",xlab="Quantil Teórico",ylab="Quantil da Amostra")
qqline(x)
par(mfrow=c(1,1))
}
==== Executando a função modificada ====
eda.shape1(rnorm(500,6))
===== Fazendo ciclos de operações =====
Um outro instrumento importante para programar em R é o loop ou ciclos.
Ele permite a aplicação de uma função ou tarefa a uma sequência pré determinada de dados. Ou seja, repete a mesma sequência de comandos um número determinado de vezes.
Simulando dados de novo!
x1 <- rpois(20, 1)
x2 <- rpois(20, 2)
x3 <- rpois(20, 3)
x4 <- rpois(20, 1)
sp.oc <- matrix(c(x1, x2, x3, x4), ncol=4)
colnames(sp.oc) <- c("plot A", "plot B", "plot C", "plot D")
rownames(sp.oc) <- paste("sp", c(1:20))
str(sp.oc)
dim(sp.oc)
head(sp.oc)
Uma função para contar espécies por parcelas.
Mais uma vez uma função já existente em versão piorada!!
n.spp <-function(dados)
{
nplot <- dim(dados)[2]
resultados <- rep(0,nplot)
names(resultados) <- paste("n.spp", c(1:nplot))
dados[dados>0] = 1
for(i in 1:(dim(dados)[2]))
{
cont.sp <- sum(dados[,i])
resultados[i] <- cont.sp
}
return(resultados)
}
##### Aplicando a função
n.spp(sp.oc)
Uma dica para entender qualquer função é rodar cada uma das linhas separadamente no console do R, na mesma sequência que aparecem e verificar os objetos intermediários criados. Quando chegar a um ciclo, pule a linha do //for()// e rode as linhas subsequentes, porém designe antes algum valor para o contador, no nosso exemplo //i// (tente i=2). A lógica da função //for()// é que o contador (//i//) terá um valor diferente a cada ciclo, no exemplo entre 1 até o número de colunas do objeto //dados//. Além disso, o contador pode ser usado para indexar a posição onde o resultado de cada ciclo será colocado no objeto final (//resultados//)
===== Mais função!! SIMILARIDADE =====
sim<-function(dados)
{
nplot <- dim(dados)[2]
similar <- matrix(1,ncol=nplot,nrow=nplot)
rownames(similar) <- paste("plot", c(1:nplot))
colnames(similar) <- paste("plot", c(1:nplot))
dados[dados>0] = 1
for(i in 1:nplot-1)
{
m=i+1
for(m in m:nplot)
{
co.oc <- sum(dados[,i]>0 & dados[,m]>0)
total.sp <- sum(dados[,i]) + sum(dados[,m]) - co.oc
similar[i,m] <- co.oc/total.sp
similar[m,i] <- co.oc/total.sp
}
}
return(similar)
}
==== Aplicando a função SIM ====
sim(sp.oc)
debug(sim)
sim(sp.oc)
undebug(sim)
**MUITO BEM VC. JÁ ESTÁ SE TRANSFORMANDO, NÃO PARECE MAIS UM PINK**
{{:02_tutoriais:cerebro.jpg|}}
//Agora faça os [[01_curso_atual:exercicios9|]] para podermos conquistar o MUNDO!!!//